Tuesday, June 26, 2007

Um doido não sabe que é doido. Caso soubesse, deixaria de o ser (admitindo, claro, que não teria uma fantasia particular em simular a sua loucura). Mas não consigo imaginar uma conversa deste tipo entre doidos com patente clínicamente atribuída deste tipo:

- Olhe, você tem comportamentos patológicos e o seu diagnóstico é: padece de esquizofrenia. Essa bata branca que tem vestida com cordões não é uma opção estética excêntrica para fazer escola.

- Ah! (espantado). A sério?! (como, merda! esqueci-me das chaves de casa!). Amanhã sou diferente! Amanhã vou deixar de ser doido. É que não sabia, desculpe!

Convenhamos que as coisas não são assim. Não se deixa de ser doido quando se descobre que se é. Por que raio os doidos nunca sabem que o são e parecem viver numa órbita inquietantemente coerente? Sem referentes, mas absolutamente coerente.


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